Um diálogo entre o jornalista e o artista é o tema da poesia “Cadê o Artista?” de Melina Guterres escrita em 2004, Salvador-BA.
Quatro anos depois no Rio de Janeiro Melina faz a adaptação para roteiro em vídeo. Uma produtora, um grupo de amigos... resolvem então gravar.
O diálogo que antes se passava entre dois personagens, agora é em seis: 3 artistas e 3 jornalistas, interpretados por 3 atores-jornalistas: Cristina Hare, Felipe Cartier e Melina Guterres (também roteirista e diretora do curta).
As gravações divididas em cenas internas e externas ocorreram em dezembro de 2008. Foram realizadas no Rio de Janeiro em um apartamento, nas escadarias da Lapa, Ladeira de Santa Teresa, Centro – trânsito, Igreja de Nossa Senhora da Candelária e Praia do Leblon.
Fotos: Ana Macedo, Ariana Rocha, Felipe Cartier, Melina Guterres
Elenco:
Cristina Hare – Artista 1 e Jornalista 1
Felipe Cartier – Artista 3 e Jornalista 3
Melina Guterres – Artista 2 e Jornalista 2
Ficha Técnica:
Roteiro e Direção:
Melina Guterres
Direção de Fotografia:
Dario Pontes
Direção de Arte:
Ana Macedo
Figurino:
Ariana Rocha
Maquiagem:
Cacá Mendes
Assistentes:
Guido Brasil e Carolina Abelin
Áudio:
Cacaio Macedo
Edição:
Lucas Saldanha
Trilha:
Alberto Kury
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
A ESTÁTUA

A estátua localizada na Praia do Leblon no Rio de Janeiro é do jornalista Zózimo Barroso do Amaral. Foi inaugurada no dia 25 de novembro de 2001. É uma criação do artista Roberto Sá.
*
"Nasceu Zózimo no bairro de Humaitá, filho do magnata Boy Barrozo do Amaral, tendo em 1959 ingressado no jornalismo, no jornal O Globo. Ali colaborou na coluna de Carlos Swann, até fevereiro de 1964 quando se transferiu para o diário Jornal do Brasil, então um dos maiores do país.Apesar de praticamente desconhecido, foi anunciado como uma grande aquisição pelo jornal, e aos poucos passou a imprimir à sua coluna o estilo bem-humorado e diversificado: não limitava-se a falar apenas da alta sociedade, mas também dos bastidores da política - o que lhe valeu a prisão em mais de uma ocasião, durante a ditadura militar de 1964.Em sua coluna também comentava notícias sobre economia e, como editor, foi responsável pelo chamado "Caderno B" e também editorava o "Informe JB".Em 1993 finalmente voltou para O Globo, assinando sua própria coluna. Ali permaneceu até o ano de sua morte, por câncer de pulmão."
*
A POESIA:
Cadê o artista?

Jornalista
Cadê o ato?
Cadê a cena?
Cadê as personagens?
Cadê o teatro?
Cadê a música?
O dançarino?
O palhaço?
Cadê o cenário?
Cadê o músico?
O palco?
O rádio?
Onde está a televisão?
Onde está o cinema?
Cadê a sinceridade?
A emoção?
O sentimento?
A alma?
O público?
A verdade?
Cadê a senhora que chora?
O padre que condena?
O moço que solta gargalhadas?
Cadê, Cadê, Cadê a alegria e a tristeza?
O circo,
A fantasia,
A criatividade,
Cadê o espetáculo?
O teatro está vazio!
Cadê o artista?
Artista
Estou aqui
Escondido,
Esquecido,
Desvalorizado,
Desmoralizado,
Tudo “zado”,
U-sado.
Quem paga mais?
Leiloado!
Não vou ao teatro
Não tenho “tempo”,
Estou fora do pedaço,
Não me condeno,
Guardo os meus sonhos,
Busco um emprego
Por onde andarão os meus colegas?
Jornalista
Entenda sou quem questiona,
Você quem responde.
Sou quem procura,
Você quem encontra.
Sou o homem,
Você o espelho...
Mas e a minha,
a nossa,
a vossa,
a sua, imagem no banheiro, cadê?
Artista
Quem é você?
O que você quer?
Jornalista
Sou a dúvida
A curiosidade
Aquele que busca
E instiga a verdade....
Artista
Já sei! você é o bilheteiro do teatro,
Aquele que perdeu o emprego?
Jornalista
Antes fosse
Mas agora já é tarde
Sou quem vê e registra
Sou quem implora compaixão,
Caridade e tem sede de justiça!
Sou o olho, a voz,
O ouvido, a boca
Do povo.
Sou a verdade
Sou a mentira,
A vaidade.
Sorrio, choro
Esqueço, apago
Tudo no final
Da tarde.
Sou quem conhece a verdade,
A verdadeira realidade.
Não sou mito,
Nem fantasia,
Sou jornalista.
E por isso hoje eu grito:
Quanta falta faz um artista!!!!
Por favor, comece o espetáculo!
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